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18 de fevereiro de 2011

O alzheimer e o perdão - parte I

Dois amigos viajavam pelo deserto, caminhando em amena conversa, apesar do sol abrasador. Um deles, porém, sentindo-se contariado pelo outro, encetou numa discussão. Erguia a voz, gesticulava e pouco faltou para insultar o companheiro. Em dado momento da contenda, não resistiu e esbofeteou-o.
Admirado e ofendido, mas sem nada dizer, o amigo baixou-se e escreveu na areia: Hoje, o meu melhor amigo bateu-me no rosto.
Seguiram viagem, tristes e em silêncio. Absortos nos seus pensamentos, fixavam os olhos num ondulante horizonte de dunas e já caminhavam com dificuldade sob o ardor do sol. Até que avistaram um oásis verde, emergindo da areia escaldante do deserto. Mais aliviados à sombra das tamareiras resolveram banhar-se, comer e pernoitar no local.
Afastou-se um para recolher galhos com que pretendia acender um pequeno fogo. E o que tinha sido esbofeteado despiu-se, mergulhou na lagoa do oásis e principuou a refrescar-se. Contudo, passados minutos, perdeu o pé. E em breve se afogaria, não fosse a ajuda do amigo que, ao escutar os gritos, largou tudo e acorreu ao chamamento, mergulhando na lagoa e arrastando o companheiro para a margem.
Quando, ao fim de algum tempo, este se sentiu recuperado, pegou num estilete, dirigiu-se a uma pedra e nela escreveu: (to be continued).

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