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19 de julho de 2011

Na terra dos alemães

Em Laupheim chove o que não choveu no mundo todo, nem em Portugal vi chover tanto e durante tanto tempo, mas a janela do quarto do Hotel está aberta e ouve-se a chuva a cair enquanto se está enroscado e quentinho a escrever mais um post.

...hoje fui a um restaurante tipicamente alemão. Quando lá entrei, ficou quase tudo a olhar; não nos apercebemos, mas devemos ter mesmo cara de latinos. O teto do restaurante por pouco não nos fazia cócegas no cocuruto e as paredes brancas mal se notavam entre os vários painéis de madeira. As mesas serviam 4 ou mais pessoas e alguma delas eram vizinhas de longos recantos almofadados a rosa velho. A madeira clara, cor de mel, o paninho branco estendido, onde por cima jazia uma pequena jarra com uma rosa e as cortinas floridas pareciam tornar aquela casa mais familiar. O ambiente era quente e estava muito iluminado apesar da chuva torrencial que caía lá fora e dos bons dias da noite.

Aqui não se fala Inglês -dito em alemão- também não temos menu noutra língua a não ser o Schwabisch (que ninguém consegue compreender), pois é um alemão profundamente escalavrado que faz qualquer mulher alemã possuir bigode, pêlos fartos nas pernas e parecer erguer um tronco de madeira apenas com o seu dedo indicador. Sendo assim, mais vale fechar os olhos e percorrer a carta contando até três para parar a dois quartos da folha; algo semelhante ao jogar na lotaria. 


E que jogada, é que a comida até estava apetitosa, mas a porção individual teria sido pensada para alemães como aqueles que nos rodeavam e observavam. Sujeitos grandes, com faces (esta não será a palavra mais apropriada para descrever a fisionomia de um alemão) enrubescidas pela cerveja, esteiros tão robustos, que por momentos julguei ver no cotovelo de um, a cabeça de um bebé, e que, aparentemente, assemelham-se a lenhadores, prontíssimos para agarrar no machado e gritar Hoooooolllllzzzzzz...

Das ist Deutschland; und es ist alles für heute!

5 comentários:

António Manuel disse...

Reflectindo um pouco no texto que acabo de ler (e que, repito, dá gosto ler) parece-me que só para equilibrar tens que começar a procurar um ginásio para fazeres musculação...e, não vale escrever em alemão...

Wiwia disse...

Porra, Mafalda, - pardon my deutsch - escreves cada vez melhor. Aqui a Wiwia bate palmas de contentinha por ver que a vida te inspira assim. Muito contentinha mesmo. Xi-coração com saudades.

Pimpas disse...

O que não vale ter padrinho de batismo e madrinha de casamento. Obrigada! Aprendi muito com os dois.

Padrinho: está a ser tão complicado arranjar casa que a parte do ginásio vai ter de ficar para mais tarde. ;)

Wiwia: está a ser complicado arranjar casa só por causa do quarto de luxo que teremos para ti :).

Beijos

Calíope disse...

Olha, aqui na Áustria há um jornaleco de trazer por casa que é o Bazaar, mas que é uma autêntica mina para arranjar casa. Talvez aí haja semelhante coisa, senão for a mesma!
(Quando tiveres casa com fogão e forno vai ao Aldi buscar um dos strudels deles congelados: tenta o de Himbeer!)

Pimpas disse...

Calíope: Obrigada pela dica mudo-me definitivamente em Setembro e vou experimentar, depois digo qualquer coisa. Quanto à casa, o difícil não é arranjar casas que estejam para alugar, difícil mesmo é arranjar alguma que aceite animais. É que o meu cão já é parte da família. :) Beijinho