Assiduidade não tem sido o meu forte nesta
disciplina, mas há momentos em que não consigo parar de pensar em cá vir (mesmo
com pouco tempo e por pouco tempo) para partilhar, recordar ou simplesmente
organizar as ideias.
A semana que passou, fui ao cinema com amigos ver
a II parte do filme Ninfomaníaca. Saltei a I parte e fui direta
àquela que se diz ser a parte mais hardcore do filme, na tentativa
de ainda conseguir ir vê-lo acompanhada.
No fim dos cento e tal
minutos, saí da sala, revolvida por dentro. Este foi o primeiro filme de Lars
von Trier que fui ver e não posso dizer, para já, que tenha vontade de ir ver
outro.
Talvez saibam que
Ninfomaníaca conta a história de uma mulher viciada em sexo, e como é fácil de
deduzir, o filme há de ter – várias - cenas explícitas de sexo. Contudo, não
foram as cenas de sexo, por vezes brutalmente sádico, nem a proliferação de
imagens feias, sedentas de erotismo e sensualidade, que possivelmente gostamos
de ver, que me deixaram violentada, mas antes a forma desumana e poder-se-ia
dizer, bruta, como ele – o realizador - retrata o ser humano. Ninfomaníaca é um
filme desabitado de beleza e explicitamente abandonado de esperança.
Stacy Martin diz, "é
isso que o Lars von Trier faz: criar tópicos de debate que por vezes nos fazem
sair da nossa zona de conforto. É o Lars. Os filmes dele são assim." E eu
concordo com ele, este filme tirou-me da minha zona de conforto, seja isso bom
ou mau neste caso, Ninfomaniaca não foi uma novidade pelo drama psicológico e
social que retrata mas pela imposição que teve em fazer-me ver um mundo sem
milagres e sem poesia.
Sem comentários:
Enviar um comentário