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10 de fevereiro de 2014

Ninfomaníaca II

Assiduidade não tem sido o meu forte nesta disciplina, mas há momentos em que não consigo parar de pensar em cá vir (mesmo com pouco tempo e por pouco tempo) para partilhar, recordar ou simplesmente organizar as ideias.

A semana que passou, fui ao cinema com amigos ver a II parte do filme Ninfomaníaca. Saltei a I parte e  fui direta àquela que se diz ser a parte mais hardcore do filme, na tentativa de ainda conseguir ir vê-lo acompanhada.

No fim dos cento e tal minutos, saí da sala, revolvida por dentro. Este foi o primeiro filme de Lars von Trier que fui ver e não posso dizer, para já, que tenha vontade de ir ver outro.

Talvez saibam que Ninfomaníaca conta a história de uma mulher viciada em sexo, e como é fácil de deduzir, o filme há de ter – várias - cenas explícitas de sexo. Contudo, não foram as cenas de sexo, por vezes brutalmente sádico, nem a proliferação de imagens feias, sedentas de erotismo e sensualidade, que possivelmente gostamos de ver, que me deixaram violentada, mas antes a forma desumana e poder-se-ia dizer, bruta, como ele – o realizador - retrata o ser humano. Ninfomaníaca é um filme desabitado de beleza e explicitamente abandonado de esperança.

Stacy Martin diz, "é isso que o Lars von Trier faz: criar tópicos de debate que por vezes nos fazem sair da nossa zona de conforto. É o Lars. Os filmes dele são assim." E eu concordo com ele, este filme tirou-me da minha zona de conforto, seja isso bom ou mau neste caso, Ninfomaniaca não foi uma novidade pelo drama psicológico e social que retrata mas pela imposição que teve em fazer-me ver um mundo sem milagres e sem poesia. 

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