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4 de março de 2014

Se eu morresse agora, dir-te-ia que morria mais cedo apenas para que também pudesses testemunhar aquilo que eu já vi!

Por vezes chegamos tarde - ou nem sequer chegamos a tempo - para contemplar a beleza e o assombro da vida.
Não foram, e não são, raras as vezes em que me interroguei “Será que há sempre uma constante de proporcionalidade na vida, será que o feio é proporcional ao belo, a graça proporcional à natureza e o bem proporcional ao mal?”.
E se for afirmativa a resposta, “Como é que se deve interpretar essa proporcionalidade? Por uma correspondência quantitativa ou por uma correspondência qualitativa?”.
Pode a luz de um raio de sol durante uns pequenos segundos, tornar perfeito um dia chuvoso? Pode um pequeno ato de bondade emendar um número maior de enganos? Pode um nascimento superar uma morte e um princípio justificar um fim?
Considerando-se a complexidade do Universo, talvez seja óbvio pensar que não existe uma proporção direta entre estas variáveis. Mas será que essas variáveis se equilibram? Serão elas proporcionalmente inversas? Poderemos crer que o número de vezes que estas duas variáveis se verificam é igual no Universo?
Talvez tudo seja feito de variáveis proporcionais que o ser humano ainda não tem capacidade de abstração, de perspetiva e desvinculação para compreender. Teremos nós, algum dia, inteligibilidade suficiente para percebermos o Universo? Nós vemos porções diferentes de uma mesma realidade - ou de várias - percepções que formam um todo. Mas quão distante está o dia de o vermos?  E quão diferente será a nossa vida depois?

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