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8 de julho de 2011


Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem
Sophia de Mello Breyner Andersen

Estava um dia prazenteiro e o sol brilhava pela janela, ouviam-se as vozes ruidosas dos meninos a subirem as escadas pardas, como se já não se vissem há muitos meses. pelos corredores ofereciam-se os bons dias e partilhavam-se desassossegos, novidades ou apenas o dia de ontem. era normal cerrarem-se as portas, pois no interior de todas aquelas quatro paredes contíguas fervilhavam ideias e trabalhava-se a sério. Quando a luminosidade findava ou por vezes, quando lá fora já era breu, batia-se a retirada com um cansaço visível e com a habitual esperança de um sentimento de missão cumprida; sabendo que, a cada regresso, seríamos um pouquinho diferentes do que éramos, do que somos, do que seremos...

Longe dos nossos caminhos estarem plenos, decidimos, resvalámos e superámos. Idealizámos sonhos e venturas e concretizámos projetos. foram quase 5 anos e foram apenas 5 anos que farão, para sempre, parte da minha vida. cada bater do coração ali vencido, cada lágrima ali largada e cada sorriso oferecido são aquilo de que sou hoje fundada. por tudo isto MUITO OBRIGADA, por tudo.

Cada dia é mais evidente que partimos
Sem nenhum possível regresso no que fomos,
Cada dia as horas se despem mais do alimento:
Não há saudades nem terror que baste.
Sophia de Mello Breyner Andersen

1 comentário:

António Manuel disse...

Já alguém te disse que escreves muito bem?!

Bom dia para ti.