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19 de dezembro de 2011

Metáfora da vida

Estamos errados quando dizemos que alguém está cheio de alegria. Hoje apreciei duas crianças de 5 e 7 anos a verem a mãe, pela primeira vez, depois dela estar três meses fora. constatei que estamos errados quando utilizamos o adjetivo cheio para descrever alguém que, num determinado momento, fica num estado de muita felicidade. Aqueles dois miúdos estavam inchados de alegria; os seus olhos estavam avolumados de felicidade. O peso do mundo inteiro, que por vezes parecia caminhar sobre eles dissipou-se pela sala, tão simplesmente como se sopra uma vela ou se sacode um pano. Nada, mas mesmo nada poderia incomodar o estado de felicidade que aqueles olhos viviam. Estar cheio que nem um balão ou um copo de água não é suficientemente imagístico para descrever aquele momento. E verdade é que nem sequer foi preciso muito estardalhaço.

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