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17 de fevereiro de 2012

Biografia #II

A DONZELA DE ORLEÃES – UmQuatroDoisNove

Numa França dividida pela obediência a dois monarcas, nasceu uma mulher diferente das outras. Enaltecida em todas as artes, desde a primeira à sétima e eternizada em diversas produções artísticas, surge como uma mulher convicta e apaixonada capaz de lhe rebentar do peito o coração, disposta a seguir só ou acompanhada, fosse compreendida ou criticada. Pouco mais lhe interessava a não ser seguir e fazer cumprir o seu objetivo.

Fonte: Wikimedia commons
Ainda jovem, com cerca de uma dezena de anos, assegurava que outras vozes, outros impulsos, a instigavam a assumir a dianteira do exército Francês, a coroar rei, o ainda delfim Carlos VII, em Reims (cidade francesa), e a expulsar a fação inglesa que dividia o país.

É certo, que a maior parte não acreditou naquela simples pastora,  e que as suas ambições foram a vergonha dos seus pais e provocaram escárnio na sua ou em qualquer outra aldeia circunvizinha. Mas, teimosa, obstinada ou persistente, o que lhe quisermos chamar e analfabeta em assuntos militares anunciou-se como “salvadora” de França.

Tal era a sua determinação que apesar de habitar um mundo de homens e colossais diferenças sociais, conseguiu ser ouvida pelo delfim. Foi assim que, como ainda hoje, um grande e arrojado intento passou de troça e injúria, a veneração.

Foi posta à prova pelo futuro monarca quando este se fez passar por cortesão esperando que ela não o reconhecesse, assim como pela corte e pela igreja e depois submetida, durante 3 semanas, a exames para distinguir uma predestinação de uma possível bruxaria. Então, foi pela sua genuinidade e constância, nem tanto nem tão pouco quanto isso, reconhecida como a salvação de uma nação.

Esperanças confirmadas, as suas e a do rei, poucos meses mais tarde após a vitória do exército que liderava, sobre o exército inglês e consequente coroação, em Reims, a 17 de Julho de 1429, do então delfim Carlos VII.
A eleita de Deus tinha assim cumprido o seu destino e por isso, dela se despojou a paixão que detinha, após cumprido o seu intento. Porém, foi “convidada” a continuar. Contudo, sem a vontade de que outrora usufruíra, foi capturada e entregue àqueles contra quem lutou.

Durante 6 meses, a adolescente dantes predestinada, com pouco mais de 19 anos foi julgada por crime de heresias e feitiçaria, durante os quais coexistiu com os ratos da sua cela escura e húmida. E foi, fazendo-se a vontade do Rei dos Céus, em nome do qual dizia que lutava, acusada de pecar por usar roupas masculinas e por responder perante Deus e não perante a Igreja Católica, executada em 30 de Maio de 1431. Del Hierro, Pillar; Mulheres de Vida Apaixonada (adaptado)

1 comentário:

Linita disse...

Como sampre a diferença seja em qualquer época e vista no mau sentido. Os seres humanos por medo, por desconhcimento reagem mal as pessoas que sao diferentes. Ficam inseguros e nao sabem lidar com essa insegurança . E um problema humano que para mim vai permanecer para sempre. Mas eu sempre gostei da diferença e muitos outros também devem gostar nao devo ser única por isso o meu louvor a Joana d'arc