João César das Neves, in CAIS (Nº 201)
"O Natal é, de longe, a festa religiosa mais divulgada, acarinhada e solenizada em todo o mundo. Por outro lado, a festa do Natal é a mais incompreendida de todas as festas humanas. Pode até dizer-se que as celebrações natalícias constituem o maior obstáculo à verdadeira vivência do Natal.
Toda a gente sabe o que é o Natal, mas muito poucos conhecem a sua natureza profunda, aquilo que ele realmente significa. Porque, se pensarmos bem o Natal é algo terrivelmente provocador, chocante, escandaloso até. Este é o pavoroso drama do Natal: foi transformado num cromo colorido, agradável, comovedor, mas que esconde um mistério maravilhoso, que acaba omisso.
No meio das decorações e cânticos, presentes e ceias, tradições e festas de família ou emprego, não admira que a maravilha se perca. Toda a sociedade é intensamente motivada para fazer uma celebração de Natal, que acaba sempre escondendo o verdadeiro Natal. Muitos enaltecem a festa da solidariedade, a festa da família, as antigas tradições culturais, os novos hábitos comerciais. Mas até os poucos que olham para o Presépio, raramente tomam consciência do espantoso mistério que ele encerra: Deus entre nós. Deus que entra na vida de cada um de nós para a partilhar connosco. É isso o Natal.
O Natal é um acontecimento simultaneamente maravilhoso e perturbador: Deus, o Deus supremo que fez o Céu e a Terra, decidiu nascer como um bebé e viver por aqui umas dezenas de anos. Aquele que não cabe no universo, resolveu caber dentro do corpo de uma criança, para partilhar a nossa vida, exactamente como nós a vivemos.
Isto é algo que só pode ser considerado inadmissível. Qualquer tratamento minimamente equilibrado da questão, racional, religioso ou científico, rejeita-o como uma impossibilidade. No entanto trata-se do elemento mais central do Cristianismo, a doutrina mais vasta, globalizada e divulgada da história da humanidade. Nenhuma outra crença ou filosofia se atreve a dizer isto. Mas esta di-lo e di-lo com total consciência. Várias outras fés referem visitas de deuses e inspirações divinas ou elevam homens ao sublime, mas nenhuma diz que uma pessoa possa ser, como Cristo, ao mesmo tempo verdadeiro Deus, Deus único, absoluto e infinito e verdadeiro homem, como qualquer um de nós. E este facto, o elemento central da fé cristã, começa no Natal.
No entanto, se olharmos de outro modo, toda esta algazarra à volta das celebrações natalícias, de forma oculta, manifesta bem esse facto insondável. Porque neste nosso tempo tão conturbado e ambíguo, em que tantos acham que já não se respeita nada nem se prestam ouvidos aos valores, é aqui, nesta quadra, que toda a gente se esforça por ser simpática e prestável. É verdade que são poucos os que fazem com o espírito que devem, e ainda mais os que só o fazem nesta época. Mas o facto é que o fazem. E fazem-no no dia dos anos de Cristo. Podem nem saber quem Ele é, mas quase todos são bons neste dia. Porque é Natal. Em tempo tão controverso e desorientado, Jesus consegue o feito espantoso de mesmo aqueles que o desconhecem, e até aqueles que o odeiam, se esforcem por fazer aquilo que Ele queria que eles fizessem. É o maior sucesso da História!
O Natal é, de longe, a festa religiosa mais divulgada, acarinhada e solenizada em todo o mundo. As suas celebrações ressoam no coração de quase todos. Isso, de uma forma misteriosa, acaba por ser uma excelente maneira de manifestar a verdadeira vivência do Natal.
Toda a gente sabe o que é o Natal, mas muito poucos conhecem a sua natureza profunda, aquilo que ele realmente significa. Porque, se pensarmos bem o Natal é algo terrivelmente provocador, chocante, escandaloso até. Este é o pavoroso drama do Natal: foi transformado num cromo colorido, agradável, comovedor, mas que esconde um mistério maravilhoso, que acaba omisso.
No meio das decorações e cânticos, presentes e ceias, tradições e festas de família ou emprego, não admira que a maravilha se perca. Toda a sociedade é intensamente motivada para fazer uma celebração de Natal, que acaba sempre escondendo o verdadeiro Natal. Muitos enaltecem a festa da solidariedade, a festa da família, as antigas tradições culturais, os novos hábitos comerciais. Mas até os poucos que olham para o Presépio, raramente tomam consciência do espantoso mistério que ele encerra: Deus entre nós. Deus que entra na vida de cada um de nós para a partilhar connosco. É isso o Natal.
O Natal é um acontecimento simultaneamente maravilhoso e perturbador: Deus, o Deus supremo que fez o Céu e a Terra, decidiu nascer como um bebé e viver por aqui umas dezenas de anos. Aquele que não cabe no universo, resolveu caber dentro do corpo de uma criança, para partilhar a nossa vida, exactamente como nós a vivemos.
Isto é algo que só pode ser considerado inadmissível. Qualquer tratamento minimamente equilibrado da questão, racional, religioso ou científico, rejeita-o como uma impossibilidade. No entanto trata-se do elemento mais central do Cristianismo, a doutrina mais vasta, globalizada e divulgada da história da humanidade. Nenhuma outra crença ou filosofia se atreve a dizer isto. Mas esta di-lo e di-lo com total consciência. Várias outras fés referem visitas de deuses e inspirações divinas ou elevam homens ao sublime, mas nenhuma diz que uma pessoa possa ser, como Cristo, ao mesmo tempo verdadeiro Deus, Deus único, absoluto e infinito e verdadeiro homem, como qualquer um de nós. E este facto, o elemento central da fé cristã, começa no Natal.
No entanto, se olharmos de outro modo, toda esta algazarra à volta das celebrações natalícias, de forma oculta, manifesta bem esse facto insondável. Porque neste nosso tempo tão conturbado e ambíguo, em que tantos acham que já não se respeita nada nem se prestam ouvidos aos valores, é aqui, nesta quadra, que toda a gente se esforça por ser simpática e prestável. É verdade que são poucos os que fazem com o espírito que devem, e ainda mais os que só o fazem nesta época. Mas o facto é que o fazem. E fazem-no no dia dos anos de Cristo. Podem nem saber quem Ele é, mas quase todos são bons neste dia. Porque é Natal. Em tempo tão controverso e desorientado, Jesus consegue o feito espantoso de mesmo aqueles que o desconhecem, e até aqueles que o odeiam, se esforcem por fazer aquilo que Ele queria que eles fizessem. É o maior sucesso da História!
O Natal é, de longe, a festa religiosa mais divulgada, acarinhada e solenizada em todo o mundo. As suas celebrações ressoam no coração de quase todos. Isso, de uma forma misteriosa, acaba por ser uma excelente maneira de manifestar a verdadeira vivência do Natal.
3 comentários:
Sem dúvida o melhor post acerca do Natal dos últimos anos! Obrg, Pimpas! E já agora feliz ano novo! :)
:)))
De uma forma muito mais desorganizada, é isto mesmo que eu penso: acreditando ou não acreditando, vivendo pela doutrina ou não, o milagre do natal é este mesmo. E isso, por si, já é muito.
Este texto foi uma surpresa numa CAIS, comprada no Porto. Foi um presente que me deram aqueles a quem pouco dou! Fica um presente para os leitores também. Bom Ano para vocês que ele nos traga muitas e boas leituras.
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