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10 de julho de 2012

A Campera morreu! Não resistiu ao sofrimento intenso que o seu corpo passou. Fiquei muito triste... E foi impossível evitar que os meus olhos chorassem. Durante algumas semanas tenho vindo a seguir a história da Campera. A Campera foi encontrada na rua pela União Zoófila assim:


"É isto, este olhar atento, curioso, que nos faz acreditar. Os primeiros exames da Campera revelaram fome extrema e extrema desidratação. No sangue dela não havia proteínas, vitaminas, sais minerais, água. Estava literalmente morta de fome e sede. Pouco a pouco ela está a recuperar mas tem uma sede e uma fome de há muito tempo." (União Zoófila)
Esta nem sequer é das piores fotografias da Campera
A Campera não era um animal selvagem, entregue à natureza ela não sabia caçar, nem onde procurar água. Não sei se a Campera estava presa a passar fome e sede e foi quando já não servia para mais nada libertada por aqueles que nem sequer coragem tinham de olhar para ela ou se a Campera ficou cadavérica na rua ou em sua "casa". Sei que ninguém a sentiu, nem sequer olhou para ela. A Campera é a imagem do respeito que (não) temos pelos animais que usávamos mais "sabiamente" quando éramos Homo Sapiens do que agora. Durante estas últimas semanas a Campera recebeu o carinho e o amor que sempre mereceu. Recebeu o alimento que tanto procurou. Durante estas semanas a Campera VIVEU, ainda que por muito pouco tempo.


Em nome da Campera faço um apelo: 




NÃO COMPRE. ADOTE!

4 comentários:

Ana disse...

Absolutamente a favor disso. Sem negociação possível. Tens é de convencer o teu amigo Fernando disso que ele quer um Beagle e está disposto a pagar por um. Acho o fim da picada.

Pimpas disse...

Querida Ana já me perguntei várias vezes porque devo apartar de mim o acto de comprar um animal, eu que nunca sequer pensei em negligenciar animal que fosse, que dever tenho eu de adotar um animal que não abandonei? Porque não posso amar o animal que quero? Não é muito justo que ande a pagar os erros dos outros. Mas a minha ira contra as injustiças é maior, assim como a minha consciência. Um animal não é uma posse, não deve ser pelo menos, é uma partilha e uma aprendizagem diária um compromisso também. Só quando passamos a vê-los assim é que deixamos de os querer e os passamos a amar.

Linita disse...

Peço desculpa mas não sou capaz de ler o teu comentário acerca deste cãozinho, sou demasiado emotiva e não consigo controlar as lagrimas por isso optei por não o fazer. Quanto à adopção de animais sempre fui da opinião que tenho todo o direito de comprar um animal até porque eles também precisam de um lar. Evidentemente que o ideal seria não o fazermos mas a sociedade em que vivemos assim o exige.Para mim o mais justo é fazer as duas coisas ter um comprado e um adoptado. Para quem só pode ter um fica ao critério do próprio. Porque como dizes e muito bem um animal é para ser amado e para toda a vida. Se não conseguimos amar um cão que foi adoptado então é melhor ficarmos quietos, mas se conseguirmos amar um que vamos comprar tudo bem. Acima de tudo temos de ser conscientes e honestos e pensar que um animal é um ser existente neste planeta como nós.

Ana disse...

A questão é que, ao adoptarmos um animal, não estamos de modo algum a "compensar" a pessoa que o abandonou ou a má sorte que fez com que o bichinho nascesse sem lar (como no caso de tantos gatos, por exemplo). Estamos a dar ao bichinho aquilo a que ele tem direito: um abrigo, alimentação, cuidados de saúde e amor, não necessariamente por esta ordem de prioridades. Na impossibilidade de podermos acolher todos os animais que andam "soltos" por aí, escolhemos um ou dois ou todos aquele que podemos "salvar", seja dentro de nossas casas seja através do apadrinhamento, por exemplo. É óbvio que os animais de criação, que estão à venda, merecem, tal como os outros, o cuidado e o carinho. Mas esses têm, à partida, uma série de condições que os outros não terão (exceptuando os das lojas que ficam fechados naqueles cubículos minúsculos sem luz natural, sei lá bem por quanto tempo, coisa que me mexe com os nervos). É o mesmo princípio que preside à escolha que fazemos quando, na impossibilidade de ajudar toda a gente, ajudamos uns em vez de outros. E, à partida, ajudamos aqueles que mais precisam.

Concordo plenamente com o que dizes: os animais, tal como as pessoas, não são nossa posse em momento algum. São sempre receptores e mensageiros de tudo aquilo que nós estivermos dispostos a dar e a receber, num equilibrio baseado no respeito. Devia ser assim, pelo menos.

A história da Campera, tal como a de tantos outros bichinhos, mata-me sempre um bocadinho. ;(