LOVE is the strongest form of like. Prima Ballerina a alegoria de um amor.
A Prima
Ballerina Assoluta não é um
monstro de sete cabeças mas é algo que só aparece de 10 em 10 anos ou até mesmo
de 20 em 20. Origina-se a partir da união de diversos fatores que, sendo
forçosamente semelhantes, dão no entanto origem a uma identidade única no mundo
do ballet clássico.
Uma Prima
Ballerina medra como um sonho de criança, ingenuamente delineado. Depois
constrói-se e torna-se escultura após anos de dedicação e muito esforço. Esculpe-se
com uma grande dose de sacrifício e dor.
Não é
sequer o amor pelo ballet aquilo que impele a Prima Ballerina, isso são só as palavras bonitas e o cliché de quem
nunca soube o que é ser bailarino.
Aquilo
que move a Prima Ballerina Assoluta é
a vontade de se exceder, sempre, é sentir que a vida não pode persistir sem a
dança. É querer consumar um desígnio a cada momento e saber, no entanto, que
não há conclusão possível para ele. A Prima
Ballerina Assoluta assenta num aperfeiçoamento infinito. A ela apetece
tanto findar quanto mais viver para o ser.
A Prima
Ballerina não escolhe ser, ela é. É como as
Rochas de Moeraki na Nova Zelândia vagarosamente esculpidas ao longo de
milhares de anos, ou como o Grande Buraco Azul do Belize extraordinário e irrepetível ou ainda rara
como os arco-íris de fogo.
Aquilo
que a mantém viva é um amor irrefletido e desgravitado. Um amor que não se
explica, que só se sente. Porque é do corpo e é do coração, e esse amor não tem
lugar na razão. Chega a ser masoquista e inconsequente. Assemelha-se mais a uma
predestinação do que a uma preferência
ou um escolhimento.
Depois
disto a Prima Ballerina Assoluta assemelha-se mais a um ser imaginário do que a
uma pessoa, mas ela tem um rosto e tem um nome chama-se Anna Pavlova, Alicia
Alonso, Galina Unalova, Margot Fonteyn, Diana Vishneva...
1 comentário:
Contando que esteja a pronunciá-la decentemente, acho que passei a adorar essa palavra também!
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