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12 de abril de 2013

"Primeiro o namoro, aquele namoro, embora não muito prolongado, de lenta serenidade, em que Rosa parecia sempre como se lhe roubasse o fundo da alma, e como se por acaso a não tivesse ou fazendo-lhe pensar que não a conheceria até que fosse sua de todo e inteiramente;"


"Amor? Não, nem sequer carinho, mas sim algo sem nome e que se não diz por se confundir isso com a própria vida. A maior parte dos cantores amatórios sabem de amor o que de oração sabem as beatas. Não, a oração não é bem uma coisa que tenha de se cumprir a tais ou a tais horas, em lugar afastado e recolhido e em determinada posição, mas é um modo de fazer tudo devotamente com toda a alma e vivendo em Deus. Oração deve ser o comer, e o beber, e o passear, e o brincar. e o ler, e o escrever, e o conversar, e até o dormir e o rezar tudo, e a nossa vida um contínuo e mudo "faça-se a Tua vontade", e  um incessante "venha a nós o Vosso reino!", não apenas pronunciados, nem mesmo pensados, mas sim vividos."



"Quando a viu gozar, enquanto sofria dando-lhe o seu primeiro filho, é que compreendeu como o amor é mais forte que a vida e que a morte é que domina o antagonismo destes; como o amor faz morrer a vida e viver a morte; como ele vivia agora a morte de sua Rosa e morria na sua própria vida. Depois, ao ver a criança adormecida e serena, com os lábios entreabertos em flor, viu o amor feito em carne que vive."



                                                                                                          Unamuno, Miguel; A Tia Tula


2 comentários:

Calíope disse...

Mandei-te um mail. Vê lá se n foi parar ao spam. Ainda estou à espera do relatório sobre esquis :)

Pimpas disse...

:) Ele chegou, mas eu quero ver o video primeiro. Bem dizias tu que ias escrever sobre o video.