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8 de setembro de 2011

Quem me conhece sabe, que sou dada a artes, artes do palco, da tela, da escrita,entre outras, e descobri hoje, que circenses também. Hoje,deslumbrei os meus espectadores com uma espetacular, fantástica, impressionante e perigosa performance. Passo a descrever para quem não teve a oportunidade de assistir:

Num dia com céu cor de cinza e uma leve corrente de ar, peguei na minha bicicleta vermelha e dirigi- me ao supermercado mais próximo para comprar uma verdura qualquer para a salada do jantar. Agradavelmente, este supermercado era dos grandes ( uma espécie de Modelo ai em Portugal)e tinha uma variada gama de produtos, o que me deixa sempre com um ar maravilhado e me faz voltar a ter 6 anos outra vez. Será importante referir, neste preciso momento, que faz hoje duas semanas que procuro, nesta pequena terra, uma mopa, mais conhecida como esfregona com o seu parceiro balde e não consigo achar, estando ela a fazer-me grande falta para limpar as pingas que o zizou vai deixando pela casa, de forma a saber o caminho de volta para a taça da agua. Ora, ali estava eu a passar pelos corredores; bebidas, legumes, bolachas e chocolates, bolachas e chocolates, bolachas e chocolates, lacticínios,higiene... quando olho para a minha esquerda,e vejo UMA ESFREGONA!Dou dois passos atras e dirijo - me para a prateleira. Lá estava ela, era fantástica, mesmo sem aquelas potencialidades das esfregonas mais recentes. Era uma simples esfregona mas eu estava mesmo a necessitar dela. Olhei para encontrar o resto da indumentária nas prateleiras dos produtos de limpeza, mas faltava o balde. Contudo, a minha ressaca era mais forte. Já tinha no carrinho legumes congelados, peixe e chocolates ferrero para comer com o café, mas tinha que a levar. Sequer pensei, perante tal achado, como levaria toda a carga na bicicleta que ainda não tem cestinho. Após o pagamento, e já com as sacas na mão e a esfregona ( com cabo ) na outra, fui para a bicicleta. Apenas no momento em que a desbloqueei, refleti...

10 minutos depois, e algumas dores nas costas mais tarde por me ter baixado 3 ou 4 vezes para apanhar a esfregona, ou uma das sacas, lá estava eu, esfregona na esquerda, sacas na direita, mochila nas costas, mão esquerda na mopa e no guiador, mão direita nas sacas, no travão e no guiador e olhar seguro e cofiante no horizonte. Num desequilíbrio persistente fazia curvas, atavessava ruas e traçava no chão um percurso sinuoso e por vezes ondulante. Ao meu lado, todos batiam palmas e seguiam atentamente a performance arriscada e ousada, Comentando uns com os outros que este espetaculo suplantava de longe o do homem bala.

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