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9 de setembro de 2012


Acabei o livro "a imortalidade" de Milan Kundera e comecei a ler o livro "Eichmann em Jerusálem - uma reportagem sobre a banalidade do mal" de Hannah Arendt.

Ainda sobre Milan Kundera:

"o amor é algo essencial, transforma a vida em destino: as histórias que se desenrolam para além do amor, por belas que possam ser, têm por conseguinte e necessariamente um caráter episódico."

Dizem que a morte impregna este romance, mas eu tenho algumas dúvidas quanto a essa opinião. Parece-me que são a vida enquanto passagem para a morte e a vida como culto da imortalidade e da unicidade os temas que povoam este romance. Diria que neste livro a imortalidade sustenta a vida.

Kundera fala-nos da imortalidade através de um gesto - a imortalidade da juventude - da imortalidade através do amor ou através da permanência numa memória coletiva aquilo a que ele chama de grande imortalidade (recordação do homem no espírito dos que o não conheceram).

Para Milan Kundera, o desejo de imortalidade, de permanecer na memória colectiva depois do desaparecimento do mundo terreno, condiciona todos os gestos da humanidade, desde o desejo de fazer-se notar, através da emissão de opiniões marcadas por um fanatismo militante, ao uso do ruído – visual ou auditivo – para chamar a atenção e fixar-se na memória dos demais. Algo que é contrariado pela sociedade que nos molda e nos obriga a submeter-nos às mesmas regras (ex: a censura alheia quando contrariamos a atitude da maioria), um paradoxo da sociedade onde vivemos a qual, ao defender a liberdade de expressão obriga, na realidade, à uniformidade de gestos e atitudes. Ao conformismo.

Para o Autor só o talento e a inteligência são, na verdade, o único atributo merecedor da imortalidade. O único motivo válido para permanecer na memória colectiva. Pode ler-se mais sobre este livro aqui.


1 comentário:

Linita disse...

Depois do que li sobre o livro fiquei curiosa vou ler