“Eichmann sente-se
culpado perante Deus e não perante a lei” Foi o que declarou a defesa de Otto
Adolf Eichmann, aquando do seu julgamento em Jerusálem. O réu, por seu lado,
declarou que nada teve a ver com o extermínio dos judeus “nunca matei um ser
humano” declarou. Segundo o mesmo, só poderia ser acusado de “cumplicidade” na
aniquilação dos judeus. Ainda de acordo
com a defesa, aquilo de que o acusavam não eram crimes mas sim “atos de
estado”.
Aparentemente, até
esta porção de leitura que fiz do livro de Hannah Arendt há uma oposição
clara sobre a quem se deve a responsabilidade nos atos de que Reichmann foi
acusado, segundo ele estava a ser incriminado por algo que não fez, segundo o
estado de Israel enfrentava 15 acusações, dentre elas era responsável pela
morte de milhões de judeus; era responsável por ter colocado esses judeus,
antes de os matar, em condições que visavam a sua morte; era responsável por
graves danos físicos e psicológicos aos judeus; era responsável por medidas que
resultaram na esterilização de judeus, entre outras.
Por momentos,
evidencia-se claramente a ideia de que este julgamento deveria ser um exemplo
para o Mundo, ele deixa de ser um teatro com o réu em primeiro plano e passa a
ser um espetáculo sangrento. Com o lema de “faça-se justiça, pelas mãos deste
julgamento, ao povo judaico”. To be
coninued...
Uma leitura/reflexão do livro: "Eichmann em Jerusálem-Uma reportagem sobre a banalidade do mal" de Hannah Arendt
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